O propósito do jejum
Gosto de uma afirmação de Kenneth Hagin acerca do jejum: “O jejum não muda a Deus. Ele é o
mesmo antes, durante e depois de seu jejum. Mas, jejuar mudará você. Vai lhe ajudar a manter-se mais
suscetível ao Espírito de Deus”. O jejum não tornará Deus mais bondoso ou misericordioso para
conosco, ele está ligado diretamente a nós, à nossa necessidade de romper com as barreiras e limitações da
carne. O jejum deixará nosso espírito atento, pois mortifica a carne e aflige nossa alma.
O propósito primário do jejum é mortificar a carne, o que nos fará mais suscetíveis ao Espírito Santo.
Há outros benefícios que decorrerão disto, mas esta é a essência do jejum.
Alguns acham que o jejum é uma “varinha de condão” que resolve as coisas por si mesmo, mas não
podemos ter o enfoque errado. Quando jejuamos, não devemos crer NO JEJUM, e sim em Deus. A
resposta às orações flui melhor quando jejuamos porque através desta prática estamos liberando nosso
espírito na disputada batalha contra a carne, e por isso algumas coisas acontecem.
Por exemplo, a fé é do espírito e não da carne; portanto, ao jejuar estamos removendo o entulho da
carne e liberando nossa fé para se expressar. Quando Jesus disse aos discípulos que não puderam
expulsar um demônio por falta de jejum (Mt. 17.21), ele não limitou o problema somente a isto, mas
falou sobre a falta de fé (Mt. 17.19,20) como um fator decisivo no fracasso daquela tentativa de
libertação. O jejum ajuda a liberar a fé! O que nos dá vitória sobre o inimigo é o que Cristo fez na cruz e
a autoridade de seu nome. O jejum em si não me faz vencer, mas libera a fé para o combate e nos
fortalece, fazendo-nos mais conscientes da autoridade que nos foi delegada.
Mas apesar do propósito central do jejum ser a mortificação da carne, vemos vários exemplos bíblicos de
outros motivos para tal prática:
A) NO VELHO TESTAMENTO encontramos diferentes propósitos para o jejum:
Consagração – O voto do nazireado envolvia a abstinência/jejum de determinados tipos de alimentos
(Nm. 6.3,4).
Arrependimento de pecados – Samuel e o povo jejuando em Mispa, como sinal de arrependimento de
seus pecados (1Sm. 7.6, Ne. 9.11).
Luto – Davi jejua em expressão de dor pela morte de Saul e Jônatas, e depois pela morte de Abner. (2Sm.
1.12 e 3.35).
Aflições – Davi jejua em favor da criança que nascera de Bate-Seba, que estava doente, à morte (2Sm.
12.16-23); Josafá apregoou um jejum em todo Judá quando estava sob o risco de ser vencido pelos
moabitas e amonitas (2Cr. 20.3).
Buscando proteção – Esdras proclamou jejum junto ao rio Ava, pedindo a proteção e bênção de Deus
sobre sua viagem (Ed. 8.21-23); Ester pede que seu povo jejue por ela, para proteção no seu encontro com
o rei (Et. 4.16).
Em situações de enfermidade – Davi jejuava e orava por outros que estavam enfermos (Sl. 35.13).
Intercessão – Daniel orando por Jerusalém e seu povo (Dn. 9.3, 10.2,3)
B) NOS EVANGELHOS
Preparação para a batalha espiritual – Jesus mencionou que determinadas castas só sairão por meio de
oração e jejum, que trazem um maior revestimento de autoridade (Mt. 17.21).
Estar com o Senhor – Ana não saía do templo, orando e jejuando freqüentemente (Lc. 2.37).
Preparar-se para o ministério – Jesus só começou seu ministério depois de ter sido cheio do Espírito
Santo e se preparado em jejum (prolongado) no deserto (Lc. 4.1,2).
c) Em Atos dos Apóstolos vemos a Igreja praticando o jejum em diversas situações, tais como:
Ministrar ao Senhor – Os líderes da igreja em Antioquia jejuando apenas para adorar ao Senhor
(At.13:2).
Enviar ministérios – Na hora de impor as mãos e enviar ministérios comissionados (At. 13.3).
Estabelecer presbíteros – Além de impor as mãos com jejum sobre os enviados, o faziam também sobre
os que recebiam autoridade de governo na igreja local, o que revela que o jejum era um princípio
praticado nas ordenações de ministros (At. 14.23).
d) Nas Epístolas só encontramos menções de Paulo ter jejuado (2Co. 6.3-5; 11.23-27)
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