segunda-feira, 17 de junho de 2013

A SÍNDROME DE SAUL



Texto 1ª Samuel 10:6.
Era um homem alto, de porte extraordinário. Seu cabelo castanho e a barba bem aparada adicionavam algo mais a sua altura e sua dignidade; todos os olhos o seguiam quando ele passava através da multidão.Tinha a capacidade de atrair as pessoas, reuni-las para uma causa, inspira-las para a grandeza. As pessoas não receavam confiar-lhes os seus sonhos secretos, as suas esperanças. Era um líder de lideres. Pelo menos era o que todos pensavam. Aquele líder de ombros avantajados e aparência magnífica escondia um coração repleto de ciúme e medo. Tão profundas eram as suas inseguranças, tão incertos os alicerces da sua personalidade, que ele achava que todo indicio de grandeza nas pessoas a seu redor significava séria ameaça a sua própria posição de liderança no país (1ª Sm 18:5-12).


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Os maiores dos seguidores estavam tão encantados com a habilidade de Saul de mobilizar e comunicar, que não percebiam o seu desejo fanático de exercer controle total. Alguns homens mais perspicazes, contudo, começaram a nutrir duvidas. A perícia de Saul na estratégia bélica, e sua extraordinária habilidade na tomada de providencias corretas no momento oportuno, convencia os seguidores mais distantes quanto a sua grandeza, mas confundia as pessoas mais próximas dele (1ª Sm 16:15). “Ele deve ser ungido do Senhor”, é o que pensavam. “Sempre parece estar certo”.Não queriam admitir o obvio: Saul violava princípios, não tinha espírito de serviço, não admitia a promoção de outras pessoas, era vitima de fúria e impaciência (1ª Sm 18:10) tudo isso constituindo fatos que aparentemente o desqualificavam para o oficio de rei. Na verdade, tais pessoas ficavam profundamente embaraçadas e envergonhadas com os acessos de raiva secretos de Saul e seus mergulhos na melancolia e depressão.
Finalmente, surgiu alguém que já não alimentava dúvidas com relação ao caráter desse rei: o profeta Samuel, que o havia ungido para o oficio real. Num ato simples de obediência, o profeta havia derramado óleo sobre a cabeça do moço e orado por ele e, assim procedendo, dera posse ao rei para que reinasse sobre a nação. Diferentemente de muitos outros homens, Samuel não estava impressionado com o seu próprio “poder”. Ele havia aprendido desde a infância que só existe uma resposta aceitável a voz de Deus: a obediência pura e simples como a da criança (1ª Sm 2:26). Agora, o coração de Samuel também fervia em seu peito, não de ódio incontrolado, mas, de indignação justa. Ele havia esperado pacientemente, observado a destruição interna do reino, devido a falta de integridade e obediência do rei. Detectou a profunda insegurança do rei, o esforço doloroso no sentido de encontrar apreço e segurança no louvor de seus companheiros. Samuel havia agonizado inúmeras noites, em oração e lamento sobre Saul. Havia jejuado muitos dias, pedindo a Deus que mudasse a atitude do rei e o ajudasse a encontrar segurança na aprovação do Senhor. Tudo isso, porém, foi inútil. Chegou então a Palavra de Deus ao profeta: “Arrependo-Me de haver constituído rei a Saul; porquanto deixou de Me seguir, e não executou as minhas palavras” (l Sm 15:11).
Em breves instantes de terrível confronto, o desastre aconteceu: a autoridade do rei foi arrebatada. Ele permaneceu no cargo, mas isso não era garantia de autoridade. O poder as vezes advém da posição, mas a autoridade advém do caráter, obediência e unção de Deus (1ª Sm 16:1). Um estudo minucioso da vida de Saul revela certo padrão, um ciclo terrível e inconfundível de inferioridade e emoções feridas a “Síndrome de Saul”. Em (l Sm 15:17) lemos que Saul era “pequeno aos teus olhos”. Não devemos confundir essa expressão com a verdadeira humildade, porque se essas palavras de Samuel tivessem esse significado, não haveria necessidade de remover Saul do trono. O que Samuel estava dizendo é que embora Saul se considerasse inferior e se menosprezasse a si próprio, ainda sim continuava responsável por suas más ações, diante de Deus. Os sentimentos de inferioridade não são desculpas para a desobediência. No capitulo 15 de 1ª Samuel temos uma lista das características da personalidade de Saul: teimosia e independência, rebelião que é como pecado de feitiçaria (1ªSm 15:23), e a obstinação que é como a idolatria, orgulho, medo do homem, ou seja; mais temor do homem do que temor de Deus. Temi o povo e dei ouvidos a sua voz (1ª Sm 15:24)! Por que, pois, não atentaste para a voz do Senhor? O obedecer é melhor do que sacrificar. Ilustrada com simplicidade a Síndrome de Saul tem a seguinte aparência:
· ORGULHO
· DESOBEDIÊNCIA
· INFERIORIDADE
· INDEPENDÊNCIA
· MEDO DO HOMEM
Um problema leva a outro. Se não tratarmos as nossas feridas a maneira de Deus, elas nos conduzirão a independência de Deus, o que, por sua vez, gera orgulho. O orgulho tem muito mais a ver com o que as pessoas pensam de nós do que o que Deus pensa de nós, isso nos leva a ter medo do homem. O medo do homem inevitavelmente nos conduz a desobediência. Podemos ainda fazer mais coisa para Deus, porém, estaremos praticando uma religião de obras mortas. Algumas das pessoas mais feridas que conheço são também as mais orgulhosas e independentes. As magoas emocionais tornaram-nas pessoas extremamente susceptíveis a essa síndrome viciosa, contra a qual ninguém está imune. Afim de que possamos identificar a “Síndrome de Saul”, quero descrever algumas características que com freqüência aparecem nas nossas vidas diárias:


1. Afastamento ou isolamento. A síndrome de Saul nos leva a afastar-nos de vez das de mais pessoas. O afastamento pode tornar-se um meio de cobrir ou justificar a nossa recusa em perdoar as pessoas que nos feriram, ou de comprometer-nos com aqueles que discordamos.
2. Possessibilidade. A mentalidade de “meu ministério”, “meu grupo”, “minha opinião”, “meu emprego”, “ou meu lugar na igreja”, é egoísta, deriva de uma atitude de independência. A Bíblia ensina que a rebelião é como pecado de feitiçaria; é originário do inferno (l Sm 15:23). Esta atitude de primeiro eu é pecado!
3. Mentalidade de “nós contra eles”. Quando somos pegos pela síndrome de Saul começamos a pensar em termos de “nós” contra “eles”, aqueles com quem concordamos contra aqueles de quem discordamos. Esse padrão de pensamento demonstra não apenas que estamos em desacordo com outras pessoas, mas que também as estamos julgando, e criando facções na igreja.
4. Manipulação. As pessoas orgulhosas e independentes tentam as vezes manipular os outros, recusando-se a cooperar, exigindo que se faça a sua vontade, criticando malevolamente, e julgando sem parar o que os demais estão fazendo. Espiritualizamos as nossas razões, é claro, e é esse o motivo por que a nossa manipulação pode ser muito mais perigosa (1ª Sm 18:22).
5. Incapacidade de aprender. A síndrome de Saul faz com que permaneçamos fechados diante de outras pessoas. Recusamos a aceitar a correção e a instrução. Tornamo-nos endurecidos.
6. Atitude critica e condenatória. Justificamo-la de inúmeras maneiras, mas, resume-se nisto: desmoralizarmos e vilipendiáramos os motivos de outras pessoas.
7. Impaciência. Julgamos que o nosso método é melhor, e recusamo-nos a esperar por outras pessoas que discordam de nós ou não nos entendem.
8. Desconfiança. A síndrome de Saul resulta em desconfiança. Acusamos os outros de não confiarem em nós, mas, com freqüência trata-se de uma projeção da nossa própria desconfiança. Reflete a nossa independência e relaciona-se muito mais com as nossas necessidades do que com as do próximo.
9. Deslealdade. Esta característica manipula as duvidas, as feridas ou as necessidades do próximo, afim, de arrebanha-lo para o nosso grupo, ganhá-lo para o nosso próprio ponto de vista, em vez de procurar edificar a unidade, o amor o perdão e a reconciliação (1ª Sm 19:1-10).
10. Ingratidão. Focalizamos a atenção naquilo que achamos que deveria ser feito por nós, em vez de enfatizarmos tudo que já foi feito.
11. Idealismo doentio. Idolatramos um método, um padrão, ou um programa, e colocamo-lo acima das pessoas, em especial das pessoas de quem discordamos. Os ideais tornaram-se mais importantes do que a unidade e as atitudes.
Embora a “Síndrome de Saul” com freqüência seja um sintoma de sentimentos feridos e não resolvidos de rejeição, ainda é egoísta errada, e precisa ser extirpada impiedosamente. Não existe problema de independência e inferioridade que não possa ser resolvido através de uma humildade maior, maior quebrantamento de nossa vida. Disse Spurgeon “Todo filho de Deus precisa aprender a crescer para baixo!”.
A Bíblia promete que, quando nós nos humilharmos, Deus nos concederá graça, (Tg 4:6-7). Temos medo de “humilhação”, mas não é isso que a Bíblia quer dizer quando diz que devemos nos humilhar. A verdadeira humildade tem a ver com a prontidão de sermos conhecidos pelo que somos realmente, e ficarmos ao lado de Deus na luta contra o nosso próprio pecado. A maioria das pessoas respeita-nos mais, e não menos, quando nos humilhamos e confessamos os nossos pecados e as nossas necessidades. Acredito que Deus sempre o faz. Se você foi apanhado pela “Síndrome de Saul”, permita-me sugerir-lhe que jamais se livrará desse mal enquanto não aceitar a responsabilidade de arrepender-se dessas atitudes erradas. De nada adiantara lançar a culpa dos seus problemas sobre terceiros, nem apresentar desculpas para os seus pecados. Humilhe-se diante de Deus e dos outros clame a Ele em oração fervorosa. A alguns anos atrás percebi esse padrão em minha própria vida. Minhas profundas inseguranças doíam; porém, eu era também, muito orgulhoso e independente. Ansiava aceitação e afirmação, mas, de maneira alguma confessaria a minha desesperada necessidade de ajuda. Estava obcecado com o que as demais pessoas pensavam de mim, especialmente os outros lideres. Só me livrei da “Síndrome de Saul” quando me humilhei diante dos outros e me arrependi diante de Deus.
Se você sofre de alguma dessas patologias sugiro que:
Você faça um voto diante de Deus para que ele trate do seu problema antes de você ansiar por liderança, aceitação ou atenção da parte dos outros. Faça as coisas em sua vida como fez José do Egito, que não tomou nenhum atalho no processo de que Deus lhe propôs.
· Libertação Do Temor Das Pessoas.
Jamais seremos verdadeiramente livres para amar a Deus Pai se estivermos dominados pelo temor das pessoas. Diz a Bíblia que o temor do homem é uma armadilha um laço. Tornamo-nos prisioneiros do medo, sempre preocupados com que os outros pensam, dominados pelas ações alheias em vez de pela Palavra de Deus. Sente-se você como se estivesse continuamente olhando para trás, tentando descobrir se foi incluído, ou se preocupa, pensando no que as pessoas estão dizendo a seu respeito? Está você escolhendo as suas ações com base na aprovação que obterá das outras em vez de agradar a Deus? Se for assim você está atado pelo temor do homem. Um santo remédio para o temor do homem é o temor de Deus! O temor de Deus não é medo emocional, ou medo da ira divina. A Bíblia define o temor de Deus de forma bem especifica:
1 – O temor de Deus é o ódio ao pecado. (Pv 8:13)
2 – A amizade e a intimidade com Deus são comparadas ao temor. (Sl 25:14 97:10).
3 – O temor do Senhor é profundo respeito e reverencia para com Deus (Sl 33:8).
4 – O temor do Senhor é o principio da sabedoria (Pv 1:7).
5 – A síndrome de Saul pode ser quebrada (Pv 14:26) (Pv 2:1-5).


· Como Deus Cura Os Corações Feridos.


A – Admita as suas necessidades e pecados. A honestidade libera a graça de Deus em nossa vida.
B – Receba a graça de Deus. Graça é a graça do Deus de amor, aceitação e perdão para que nos torna seguros no Senhor. Essa segurança produz fé.
C – Confie no Senhor e nas pessoas. A fé resulta em confiança e torna possível que mantenhamos comunhão intima com deus e com as pessoas.
D – Estabeleça relacionamentos de coração para coração com as pessoas e para com Deus. Esses relacionamentos são possíveis quando nos humilhamos a nós mesmos. Então, Deus pode canalizar amor e perdão a nós pessoalmente, e em nossos corações para com os outros.
· O Oposto Do Processo.


· Relacionamentos quebrados. Quando os relacionamentos se rompem achamos muito difícil confiar nas pessoas.


· Legalismo. Quando o nosso relacionamento com outras pessoas está errado, tendemos a tornar-nos juizes e críticos. Passamos a viver segundo a “lei”, e não segundo a graça de Deus. Isso nos leva a desconfiar do próximo.


· Falta de confiança. Quando não confiamos no próximo, com freqüência deixamos transparecer essa desconfiança e as pessoas, por sua vez, deixam de confiar em nós. Estabelece-se então uma atmosfera de crescente rejeição, surgindo muralhas entre nós e os outros.


· Muralhas. As muralhas produzem separação, o oposto dos relacionamentos de coração para coração. Ao considerarmos a honestidade a respeito de nossas necessidades, é importante que distingamos a diferença entre pecado, ferida e escravidão. Para o pecado há de haver perdão, para a ferida há de haver cura, e para a escravidão espiritual libertação. As vezes precisamos de ajuda nas três áreas. Você não deve confessar uma ferida, como se ela fosse um pecado, porque ferida não é pecado. Entretanto, se você adquiriu uma atitude ou reação pecaminosa, mesmo que a culpa seja de outras pessoas, Deus ainda o responsabiliza pela reação negativa. De fato, Deus não vê a questão como sendo a outra pessoa 80% culpada e você apenas 20%. Você e a outra pessoa tem culpa e são 100% responsáveis por suas próprias ações. Enquanto você não assumir total responsabilidade pelas suas próprias atitudes e ações, a cura é impedida. Por que? Se a sua atitude for de ressentimento, amargura ou falta de perdão, a cura e o perdão de Deus são bloqueados (Mt 6:14-15). Assim deve-se você se apegar na convicção que a cura procede do coração.